Criar tilápias em cativeiro remonta a Antiguidade. O povo egípcio, a mais de dois mil anos antes de Cristo, já produzia este tipo de cultura para o seu próprio sustento.
Para o pequeno e médio produtor rural, é uma alternativa importante por oferecer complementação de renda e proporcionar uma alimentação sadia. Como se trata de um peixe tropical, as águas quentes do Nordeste são ideais para a sua reprodução e desenvolvimento, já que a espécie é resistente a ambientes com baixo teor de oxigênio.
São muitas as vantagens: investimento inicial significativamente inferior ao verificado com a utilização de viveiros escavados, possibilidade de altas densidades de cultivo, maior facilidade de implantação, maior facilidade de monitoramento de cultivo e de despesca etc.
Alem do filé, podem ser comercializados inúmeros produtos, tais como hambúrgueres, nuggets, empanados, espetinhos, petiscos, sashimi e farinha de tilápia. Do couro podem ser feitos diversos acessórios como bolsas, sapatos e cintos. O cultivo do peixe em tanques-rede instalados em grandes reservatórios, aliado a um manejo eficiente, permite alcançar altos índices de lucratividade.
Pois bem, a Ministra da Pesca e Aqüicultura, Ideli Salvatti, quer atrair empresas privadas para investir na criação de peixes em cativeiro, e abocanhar um mercado de mais de US$ 100 bilhões. Uma das alternativas do governo é incentivar o cultivo a partir da instalação de tanques-rede em reservatórios de grandes hidrelétricas do governo, através do instrumento de cessão de uso para a iniciativa privada. Hoje, seis reservatórios já estão sendo utilizados, são eles: Itaipu, Castanhão, Furnas, Três Marias e Ilha Solteira e, em pouco tempo, estarão sendo licitados mais trinta e sete.
Com seus 125 reservatórios públicos, e 3,9 bilhões de metros cúbicos de capacidade de armazenamento, fico aqui imaginando o quanto esta atividade pode contribuir para o crescimento e o desenvolvimento da Paraíba. A aqüicultura é a atividade do agronegócio que mais cresce no mundo, e existem estudos no BNDES que demonstram a grande lucratividade que este setor oferece assim como a sua disposição de promover investimentos para a implantação de bons projetos.
A produção brasileira de peixe em cativeiro saiu de 365 mil toneladas em 2008, para 500 mil toneladas em 2011, e a expectativa é de atingir 1.000 toneladas em 2015. Estes números quando comparados aos 32 milhões de toneladas produzidas pela China demonstram que este mercado tem muito a oferecer.
A Paraíba está pronta para a pescaria. Avante!
GEORGE WASHINGTON MELO: Mestrando em Ciências da Educação, Master em Finanças Corporativas pela FGV (RJ), Master em Gestão de Negócios -UFPE. Administrador - UEPB - Universidade Estadual da Paraíba (1982). Professor. Assessor de Planejamento do IPÊ - Institutos Paraibanos de Educação. Diretor do BMC - Business Management Center - UNIPÊ. Coordenador do UBS - UNIPÊ Business School. Coordenador do Curso de Pós-Graduação Gestão Estratégica dos Municípios do UNIPÊ. Consultor Financeiro. Palestrante.
Assinar:
Postar comentários (Atom)


Nenhum comentário:
Postar um comentário